Enquanto ainda não sabem falar com desenvoltura, as
crianças utilizam outros meios para se expressar e para se comunicar. A mordida
é uma delas.
O que a criança deseja ao morder um amiguinho não é
agredi-lo, mas sim obter de forma rápida algum objeto ou chamar atenção.
A fase oral - assim denominada pelo pai da psicanálise,
Sigmund Freud - é uma etapa do desenvolvimento que vai do nascimento até por
volta de dois anos de idade. Nessa fase, é comum vermos crianças dando mordidas
ao primeiro sinal de estresse. Este é um dos mais importantes e mais primitivo estágio do
desenvolvimento infantil, quando a criança ainda é egocêntrica, ou seja,
acredita que o mundo funciona e existe por sua causa.
Especialistas afirmam que o adulto deve mostrar à criança
que a linguagem é a forma certa de se obter as coisas. O papel do adulto é
transformar a atitude corporal em uma atitude mediada pela linguagem. Esse é um
grande objetivo da educação, tanto na escola quanto em casa. Quando esse
ensinamento não é dado logo cedo, as crianças crescem e mantém as atitudes
corporais para conseguir o que querem.
A mordida é sempre uma
situação difícil para os pais de ambas as crianças. Os pais da criança
mordedora sentem-se envergonhados e os pais da criança mordida ficam chateados
pelo machucado do filho. Cabe à escola mediar as relações entre as crianças e
seus familiares para minimizar os sentimentos negativos e criar situações para
estabelecer limites, mostrando a importância do respeito e do tratar bem o
amigo que ficou triste por ter sido machucado.
Os pais não devem aceitar a ocorrência da mordida como
uma coisa rotineira. O ideal é procurar a equipe diretiva da escola , dizer que
isso não pode acontecer e procurar entender o que houve para gerar essa
situação.
A criança mordida
deve ser acolhida e incentivada a expressar seu descontentamento, porém nunca
deve ser incentivada a revidar, ou seja, a morder também.
Apesar de, na maioria das vezes, a mordida fazer parte do
desenvolvimento natural da criança, em alguns casos, este comportamento pode
sinalizar um problema de ordem emocional, a criança pode estar insatisfeita,
ansiosa, com sentimento de rejeição ou tentar chamar a atenção através da
agressividade. Quando isso acontece, a família e a escola precisam acompanhar
de perto e com atenção para descobrir as possíveis causas e dependendo do caso,
é importante buscar a ajuda de um psicólogo.
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